Gotas de beleza

"A pintura nunca é prosa. É poesia que se escreve com versos de rima plástica". (Pablo Picasso)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ensaio sobre a Cegueira


"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara." (Livro dos Conselhos)

É com  essa citação do Livro dos Conselhos que José Saramago inicia seu romance "O ensaio sobre a cegueira".
Um livro que exige muita concentração do leitor, pois é uma narrativa “corrida”, sem muita pontuação, com diálogos inseridos dentro dos parágrafos sinalizados apenas com vírgulas. Seus personagens não tem um nome específico, são apresentados com alguma característica escolhida pelo autor, como por exemplo: a rapariga dos óculos escuros, o médico, a mulher do médico, etc.
O romance fala sobre uma cegueira atípica, branca, que aos poucos vai contaminando todos na cidade e por não saber as causas da doença, as autoridades locais resolvem isolá-los à mercê da própria sorte onde começam a viver de forma quase sub-humanas.
Um livro cruel que trata sobre o pior do ser humano. Basta que sejamos colocados à prova de alguma coisa, no caso do livro, a cegueira, para que deixemos que venha à tona tudo de pior que existe dentro de nós.
O próprio José Saramago disse sobre o seu livro:
"Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."

Destaquei dois trechos do livro que me sensibilizaram bastante, e um deles serve para uma profunda reflexão sobre nossas ações e atitudes:

Se antes de cada acto nosso puséssemos a prever todas as conseqüências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, inlcuindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-los, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é imortalidade de que tanto se fala”. (página 84)

“... como só pode ser o de umas lágrimas que vão deslizando lentamente até às comissuras da boca e aí se somem para recomeçarem o ciclo eterno das inexplicáveis dores e alegrias humanas.”

Quer saber um pouco mais do livro? http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio_sobre_a_Cegueira

sábado, 23 de julho de 2011

Amy Winehouse

"É tão estranho
os bons morrem jovens..."
(Renato Russo)

Hoje quando cheguei em casa fui surpreendida com a morte da cantora Amy Winehouse.  Fiquei muito triste, pois a considerava um grande talento da música pop atual e me encantava as suas canções com um ar meio retrô.  É mais uma guerra perdida para as drogas, mais um talento que se vai aos 27 anos de idade.

Quando é que esse povo vai perceber que ser "careta" é bem mais legal?

Uma das músicas que mais gosto.
Amy Winehouse, In my bad