Gotas de beleza

"A pintura nunca é prosa. É poesia que se escreve com versos de rima plástica". (Pablo Picasso)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cataguases, Minas Gerais

Cataguases, a cidade mais moderna do interior do Brasil”
Cataguases,  um município do estado de Minas Gerais que tem sua fundação relacionada a um Coronel francês chamado Guido Marlière, que por volta de 1828 recebeu do sargento de ordenanças Henrique José de Azevedo, um terreno para que ali se erguesse uma capela. Assim formou-se rapidamente um povoado que recebeu, a princípio, o nome de Meia Pataca e em 1875 era criado o município de Cataguases.
Durante muito tempo, grande parte de sua economia girou em torno da Companhia Industrial Cataguases, de propriedade da família Peixoto.

O que chama a atenção nesse municipio interiorano, é a quantidade de obras e construções no estilo moderno, construídos, em sua maioria nas décadas de 40 e 50.  Você passeia pela cidade e se depara com painéis de Portinari e Djanira, construções projetadas por Oscar Niemeyer, jardins de Burle Marx, esculturas de Amilcar de Castro, entre outros.

Painel de Portinari: As fiandeiras

Este painel de azulejos encontra-se na praça José Inácio Peixoto, Cataguases.
Detalhe do painel

É dele mesmo, gente!


Ponte velha
Ahhh... a ponte velha! Eu sou fascinada por pontes. Qualquer ponte... acho que são verdadeiras obras de arte arquitetônica.  A Ponte Rio-Niterói sempre me encantou, desde que eu era pequena, que morava do outro lado da "poca d'água.
Essa é a Ponte Metálica sobre o Rio Pomba, de propriedade do Município de Cataguases.  É linda!!!
Foto: Eu mesma

Igreja de Santa Rita
Uma pena, o charafiz estava em manutenção.
Em sua parte externa frontal, está o famoso mural que simboliza a vida de Santa Rita de Cássia, obra de autoria da artista plástica Djanira.
Foto: internet
Chácara Dona Catarina
Na foto: Will e Pam

Assista ao vídeo e conheça um pouco mais da cidade mais moderna do interior brasilerio.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Victor Molev


Já vi muitas pinturas de ilusão de ótica, mas a desse artista é realmente muito impressionante.
Victor Molev (1955) é um artista e pintor russo formado em arquitetura.  Em 1990 mudou-se para Israel onde se tornou membro da Associação de Artistas e Escultores de Israel. Participou de várias exposições na Europa, Israel e Rússia e suas obras podem ser encontradas em coleções particulares em toda a Europa, Estados Unidos, Canadá e Israel. Mudou-se para o Canadá em 2006, onde vive em Richmond Hill, Ontario.
Arquiteto, artista gráfico e designer de cenários teatrais, mas sua principal atividade, que o fez ser reconhecido em toda a Europa é a pintura de cavalete, a qual ele dedica a maior parte do seu tempo e esforço.
Molev criou sua própria linguagem artística de símbolos e sinais tornando suas obras únicas e reconhecíveis. Sua série de retratos enigmáticos onde usa vários elementos em harmonia com as cores e formas, faz com que, de uma imagem com elementos na natureza, como flores, árvores, aves... ou até mesmo cubos, se transforme, com enorme perfeição, em Freude, Monalisa, Fredie Mercury, Einsten entre outras personalidades.
Confira alguns de seus trabalhos.

Mona Lisa




















Elvis Presley




















Roger Walters






















Note que muito das obras tem sempre uma ligação com o "tema" retratado.

Charles Darwin





















 
Sigmund Freud






















A. Einstein























M. C. Escher

Consegue visualisar uma famosa obra de Escher nessa pintura?






















Vladimir Vysotsky

(Cantor, compositor, poeta e ator soviético)



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ter ou não ter namorado?

Quando eu tinha uns 16-17 anos, ganhei essa poesia da minha madrinha de crisma. Alguns dizem que sua autoria é de Carlos Drummond de Andrade e outros dizem que o verdadeiro Autor é Artur da Távola. Eu, sinceramente, não sei!  Se alguém tiver certeza, por favor, me diga. Mas uma coisa todos concordamos: é um lindo texto.

Ter ou não ter namorado? Eis a questão.
O Beijo (1907), Gustav Klimt

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção.
A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira:
basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado é porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada.
Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Braços Cruzados


"Abandono" - xilogravura de Oswald Goeldi
"Que ferramenta eu uso pra viver?
Como é que eu faço pra ajudar você?
Desligo a TV pra que as crianças
Não achem normal todo dia matar, morrer
Mas sobre o futuro, o que eu vou dizer?...

Alguém aqui acredita
Que não tem nada com isso?
Eu quero menos abandono, mais cuidado
Ando pelas ruas tem de tudo, menos solução".

(Trecho da música "Braços cruzados" de Zélia Duncan e Pedro Luiz)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Vou tirar você do dicionário - Alice Ruiz



Vou tirar do dicionário a palavra você
Vou trocá-la em miúdos
Mudar meu vocabulário e no seu lugar
Vou colocar outro absurdo
Vou tirar suas impressões digitais
Da minha pele
O seu cheiro dos meus lençóis
O seu rosto do meu gosto
Eu vou tirar você de letra
Nem que tenha que inventar
Outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
Com quantos nãos
Se faz um sim

Vou tirar o sentimento do meu pensamento
Sua imagem e semelhança
Vou para o movimento a qualquer momento
Procurar outra lembrança
Eu vou tirar
Vou limar de vez suas voz dos meus ouvidos
Eu vou tirar você e eu de nós
O dito pelo não dito
Eu vou tirar você de letra
Nem que eu tenha que inventar
Outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
Com quantos nãos se faz um sim