Gotas de beleza

"A pintura nunca é prosa. É poesia que se escreve com versos de rima plástica". (Pablo Picasso)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Fotografias "barroca" de Christy Lee Roger


Essa semana uma amiga me mandou um link do site da fotógrafa havaiana Christy Lee Roger. Nossa! Que fotos são aquelas?  As fotos são feitas embaixo d'água com a ajuda de modelos e o experimento de vários tecidos. Os modelos ensaiam os movimentos e ela aproveita a melhor incidência da luz para criar suas fotografias. Por esse fato, sua obra foi comparada a do artista italiano Caravaggio,  um dos grandes representantes da pintura barroca que tem como principal caracteristica o dinamismo, dramaticidade, fortes contrastes e exuberância nas formas.
Reckless Unbouns é o nome dado a serie de fotos que retratam movimentos e cores debaixo d'água.
A new beginning
Nightingale
Origin of the universe
Reckless unbound
The life I recognize

terça-feira, 18 de setembro de 2012

ArtRio, eu fui!!


Aproveitei o domingo de sol do dia 16 de setembro para ir com uma amiga a ArtRio. Que loucura! Mas uma loucura maravilhosa. Para quem gosta de arte, poder ver fotografias de Sebastião Salgado, obras de Tomie Ohtake, Artur Barrio, Frans Krajcberg, Fernando Botero, Palatnik, Helio Oiticica,  Volpe, Alexander Calder, Andy Warhol e muitos outros, espalhados pelos 5 armazéns do cais do porto no Rio de Janeiro, não tem preço... Ou melhor, teve sim: custo da entrada R$25,00; uma garrafinha de água R$5,00 e um sandubinha estava saindo pela bagatela de R$25,00. Mas tudo bem, tudo em nome da Arte!

O Rio é arte. O tempo todo. Por toda parte.
- Slogan usado para a divulgação -



Frans Krajkberb

Andy Warhol
A arte cinética de Palatnik
Cartaz de Helio Oiticica
Lindo, mas desconheço o artista.
Essa colagem me faz lembrar Beatriz Milhazes.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Exposição: Corpos Presentes, Antony Gormley

Vê a figura lá em cima? "Event Horizon" - Foto de Raphael Lanzillotte

Desde o dia 7 de agosto, quem passa por alguns lugares do centro do Rio, não fica alheio às figuras de forma humana que estão expostas, tanto nas calçadas ao alcance de todos como nos picos dos prédios. Essas esculturas, Event Horizon, fazem parte da exposição Corpos Presentes – Still Being, do artista inglês Antony Gormley, que acontece no CCBB do Rio de Janeiro e ficará em cartaz até 23 de setembro.
Logo na entrada do CCBB nos deparamos com mais um conjunto de esculturas penduradas e espalhadas pelo hall de entrada.  Essas fazem parte da obra Critical Mass II,  cerca de 60 figuras em tamanho real e em posições variadas. Tanto  em Event Horizon quanto em Critical Mass II,  o artista nos convida a pensar no corpo com relação a nossas emoções e nos chama a prestar atenção ao que está a nossa volta.
O legal dessa exposição é que praticamente toda a obra do artista tem o corpo humano como objeto e muitas das esculturas, o artista utiliza o próprio corpo como molde.
“Eu interesso-me pelo corpo, porque o corpo é o local onde as emoções estão mais diretamente registradas. Quando nos sentimos excitados, felizes ou deprimidos, de alguma forma o corpo registra-o”.
Critical Mass II - Foto: Raphael Lanzillotte
Loss é uma escultura feita com dezenas de blocos de aço inoxidável e mede 1,73 cm.
Foto: internet

Ferment  é uma obra muito interessante. É um emaranhado de barras de aço, sendo que no centro a concentração delas é mais intensa e mais aglomerada, formando uma figura humana que conseguimos visualizar quando nos afastamos dela.

Foto: internet

Amazonian Field são 24.000 figuras de tamanhos e formas variadas (de 4 a 40 cm) feito com terracota. Essa obra ocupa uma sala inteira. Imagina essa multidão olhando para você de olhos arregalados?


Essa é uma imensa cruz feita em concreto. Note que na base da cruz tem as formas dos pés de uma pessoa, provavelmente do artista, e nas extremidades, ou seja, nos braços há 5 furos de cada lado indicando os dedos.



Essa eu gostei muito! Breathing Room é uma grande estrutura feita com tubos de alumínio pintados com uma tinta fluorescente. A luz é acesa durante uns 40 segundos para que a tinta absorva sua claridade. No dia em que eu fui a exposição, não podiamos circular e interagir com a obra.


Dezenas de blocos de ferro que formam um corpo que parece que está se desintegrando.



segunda-feira, 30 de abril de 2012

Robert Doisneau, o fotógrafo do beijo

“As maravilhas da vida diária são tão excitantes;
nenhum diretor de filmes pode montar o que você encontra na rua.” Robert Doisneau

O beijo do hotel de Vilne, 1950
A fotografia mais famosa de Doisneau

O francês Robert Doisneau, nasceu na cidade de Gentilly (em 14/4/1912). Desde o início de sua carreira, se mostrou apaixonado pelas ruas. Influenciado pelos trabalhos de Henri Cartier-Bresson e outros grandes nomes da fotografia, ficou famoso ao fotografar a vida social de Paris e cidades vizinhas, sem nunca fazer distinção de classe social.  Foi observando o cotidiano das pessoas nas ruas que ele desenvolveu uma grande ternura para com estas classes populares que ele frequentava e que iam se tornar durante mais de cinquenta anos seu objeto de estudo. Sua obra consiste em fotografias de crianças, cenas da periferia, pessoas simples e solitárias e são carregadas de poesia e um toque de humor.
Se tornou tão popular que suas fotografias foram eternizados como postais e até hoje estão presentes na vida dos franceses.
“Eu não fotografo a vida como ela é, mas a vida como eu gostaria que fosse.” Robert Doisneau
Picasso e os pães, 1952

Um dos seus focos são as crianças que brincam pelas ruas sem a interferência dos pais e são retratadas por Doisneau — um dos fotógrafos mais conhecidos da França — com respeito e seriedade.

Les Freres, 1934

Doisneau serviu como fotógrafo e soldado durante a Segunda Guerra Mundial e usou suas habilidades para criar passaportes e outros documentos falsos para a Resistência Francesa durante a ocupação alemã.
Resistance fighter at rest, 1944

Abaixo, algumas fotos da série intitulada Um Regard Oblique (Um olhar oblíquo) de 1948. Trata-se de um divertido registro de imagens, cujo objetivo era flagrar a expressão das pessoas que paravam para olhar a vitrine de uma galeria de arte e se deparavam com um quadro de nu feminino, considerado vulgar para a época.







La Dame Indignée (A senhora indignada), 1948




quinta-feira, 12 de abril de 2012

Exposição: Tarsila do Amaral

Logo no sábado de Carnaval, depois de seguir o bloco do Cordão da Bola Preta na Av. Rio Branco no Rio de Janeiro, fui direto para o CCBB "seguir" o Circuito Afetivo da Tarsila do Amaral. Um calor danado, cansada e com meus pés doendo, eu não podia deixar de ver as obras dessa artista que, apesar de não ter participado da famosa Semana de Arte Moderna de 22, é considerada o ícone do modernismo no Brasil.
Eu estava acompanhada de 3 sobrinhas que, no início, reclamaram bastante de ter que andar mais dentro do CCBB pra ver exposição. Mas quando se depararam com aquelas telas coloridas e já muito conhecidas de jornais e revistas, caminharam numa boa sem reclamar.
Lá dentro, resolvemos deixar o cansaço de lado e mergulhar no universo colorido da artista. Admirar as obras de Tarsila é como viajar no imaginário de uma criança que não tem medo de usar as cores. As mesmas cores que foram consideradas por seus mestres, no início de sua carreira, de "caipiras e feias", mas que mais tarde iriam se tornar a marca principal de sua obra.
O circuito carioca não recebe uma individual da Tarsila há mais de 40 anos. A exposição "Tarsila do Amaral - Circuito Afetivo" vai até o dia 29 de abril. Corre que ainda dá tempo! Ou você vai esperar mais 40 anos para apreciar a obra dessa, que é considerada a mais importante artista brasileira?

Carnaval em Madureira, 1924

A negra, 1923

Antropofagia, 1929

Manacá, 1927

O lago, 1928

O ovo, 1928







quinta-feira, 15 de março de 2012

Andres Amador - O artista da areia

Sempre fico impressionada com a capacidade criativa dos artistas.  Quando eu penso que já foram experimentadas  e esgotadas todas as formas de suportes para a realização de uma obra, eu me deparo com a arte de Andres Amador. Um artista norte americano que usa a areia da praia como uma grande tela e matéria-prima para suas criações.
Com a ajuda do Google Earth, onde ele encontra os melhores locais para seus desenhos, o artista aproveita os dias de maré baixa para realizar seus desenhos que chegam a medir 300m x 500m. Andrés primeiro esboça seus desenhos em um caderno e suas formas sempre são inspirados em padrões da natureza, como rachaduras e ondas, além de flores e plantas aquáticas.
Morador de São Francisco nos Estados Unidos, ele está envolvido nesse projeto há 12 anos e diz que não se importa quando o mar vem e apaga todo o seu trabalho duro. É como se o mar limpasse a grande lousa para ele criar um novo trabalho do dia seguinte.

















sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Eliseu Visconte e sua obra esquecida no Theatro Municipal

Foto da web

Durante a restauração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 2009, foi encontrado por acaso uma enorme obra do pintor italiano, naturalizado brasileiro, Eliseu Visconti (1866-1944).  Esse painel foi encomendado pelo engenheiro e construtor do teatro, Francisco de Oliveira Passos em 1905, durante a construção do teatro.
Medindo 12 metros de altura por 16 de largura, o grande painel estava escondido atrás de outra parede do teatro e era tido como destruído há mais de 70 anos.  Muito festejado inicialmente, a descoberta acabou se convertendo em um drama. A parede onde fica a pintura localiza-se na parte de cima do palco, próximo ao teto. Retirá-la, envolveria um trabalho tão complexo e dispendioso que a direção do teatro preferiu esquecer o assunto e fechar para sempre as cortinas sobre essa obra.

Pano de boca datado de 1908 - óleo sobre tela, 12m x 16m
O tema para o Pano de Boca, escolhido pela Prefeitura, tem como título "A Influência das Artes sobre a Civilização". Visconti desenvolveu o tema em termos alegóricos e executou uma obra pictórica de dimensões incomparáveis, sendo um dos mais monumentais trabalhos do gênero. Segundo Pedro Xexéo, “a composição e as figuras refletem a influência formal das concepções iconográficas da Belle Epoque, acrescida do que poderíamos chamar de estilo acadêmico-didático, comum nesse período.” (Theatro Municipal – 90 anos – 1999).
Eliseu Visconti no ateliê de Paris, em 1907.
No Brasil não havia atelier nas dimensões adequadas à empreitada que Visconti iniciava. O atelier alugado em Paris, com 4 metros de pé direito, seria ainda pequeno, pois o Pano de Boca, com 12 metros de altura por 13 metros de largura, teve que ser dividido em três seções, pintadas separadamente.

Fonte: Revista Bravo!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A arte de Juan Francisco Casas

Juan Francisco Casas Ruiz (1976) um ilustrador espanhol formado em Belas Artes pela Universidade de Granada.  Foi professor durante algum tempo e quando descobriu que seus trabalhos lhe rendiam um bom dinheiro, largou tudo e foi viver de sua arte.
O seu trabalho é feito a partir de fotografias que ele mesmo tira dos seus amigos, esposa, membros da família em poses divertidas, e em cima dessas fotografias ele faz suas ilustrações com... caneta BIC?? Sim! A mesma que usamos para escrever e rabiscar nos cadernos, ele as usa para desenhar. Surpreso? Pois é! E se engana quem pensa que são pequenas ilustrações, seus trabalhos são pôsteres de grandes proporções, o que torna seu trabalho ainda mais incrível.
Juan Francisco já teve seus trabalhos em exposições pela Europa e América e em 2011 participou da primeira edição do Art in Rio, feira de arte contemporânea que aconteceu no Pier Mauá.

Para se ter uma ideia do tamanho da ilustração:

O artista e sua obra

Haja caneta, heim?!

Perceba o detalha da água.





Riqueza de detalhes