Gotas de beleza

"A pintura nunca é prosa. É poesia que se escreve com versos de rima plástica". (Pablo Picasso)

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Frida Kahlo, fragmentos

Neste post, resolvi apenas compilar alguns trechos do diário de Frida. O que ela acha dos EUA, a quem ela chamava de "gringolândia", seu pensamento a cerca de Diego e das tragédias de sua vida, além de um poema que encontrei no blog de Hérlon Fernandes. Como admiradora da vida e da obra de Frida Kahlo, sempre que puder vou postar algo sobre ela.

A árvore da esperança, 1946
Poema a Frida Kahlo (Árvore da Esperança)

O azul do meu sonho enrubesce,
Sangra diante da minha dor.
O meu amor está tão perto,
O meu amor está tão distante...
A primavera já não me oferece todas as cores
E os espinhos das rosas massacram minh'alma.
Nunca esqueci o ser amado,
Mas todo esse sentimento devotado transbordou,
Sangrou no rio negro de minhas angústias.
Estou gelada, deram-me por morta...
Fito-me diante do espelho:
O que é o sonho?
quisera ser a outra Frida,
A imagem menos dolorida,
A cicatriz no lugar da ferida.

O que é o sonho?
O meu azul enrubesce,
Sangra o meu amor despetalado.
(O meu amor levou a primavera consigo).

Hérlon Fernandes Gomes, in Lágrimas - Poemas Mornos (2002-2003)


"Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor".


"E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo".




"O México, como sempre, está desorganizado e confuso. A única coisa que lhe resta é a grande beleza da terra e dos índios. Todos os dias, parte feia dos Estados Unidos rouba um pedaço; é uma lástima, mas as pessoas têm que comer e é inevitável que os peixes grandes devorem os pequenos".  (Frida não gostava dos EUA, a quem chama sempre de Gringolândia. Acha os 'gringos', como diz, 'arrogantes de nascença')



"Eu vou mal e irei pior ainda mas aprendo pouco a pouco a ser só, 
e isso já é alguma coisa, uma vantagem, um pequeno triunfo".


"Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade".

"Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar".



"Eu pensava que eu era a pessoa mais estranha do mundo. Mas então eu pensei, existem tantas pessoas no mundo, deve existir alguém exatamente como eu, que se sente esquisita e imperfeita da mesma forma que eu. Eu a imaginava, e imaginava que ela deveria estar lá fora pensando em mim também. bem, eu espero que se você estiver aí, e leia isso, saiba que sim, é verdade, eu estou aqui, e sou tão estranha quanto você."

Em espanhol:

"No desses que le dé sed al árbol que tanto te ama, que atesoró tu semilla, que cristalizó tu vida a las seis de la mañana. no dejes que le dé sed al árbol del que eres sol."

"A veces prefiero hablar con obreros y albañiles que con esa gente estúpida que se have llamar gente culta".



"Te quiero... gracias porque vives, porque ayer me dejaste tocar tu luz más íntima y porque dijisti con tua voz y tus ojos lo que yo esperaba toda mi vida".


2 comentários:

  1. Eliete, que lindo seu blog e que satisfação ver meu poema aqui no meio de suas lindezas. Frida sempre me inspirou, sua dor pungente, sua paixão libertária foram cores que me habitaram a paleta na arte da poesia.

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  2. Obrigada, Herlon! Eu é que agradeço por poder partilhar esse belo poema.

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